

Com a proximidade da vigência da Reforma Tributária em janeiro de 2026, a maioria das empresas que utilizam o ERP Protheus adotou uma estratégia de implementação faseada. Consequentemente, isso deu origem a uma arquitetura de sistemas muito específica: o Modelo Híbrido de Tributos no Protheus.
Mas o que exatamente é esse modelo, por que ele é arriscado a longo prazo e, o mais importante, até quando ele será tecnicamente sustentável pela TOTVS?
Neste artigo, analisamos o ciclo de vida dessa arquitetura mista e o cronograma que obriga a migração definitiva para o Configurador de Tributos.
O Que é o Modelo Híbrido de Tributos no Protheus?
Atualmente, para atender aos prazos da legislação sem paralisar a operação, as equipes de TI configuraram o sistema para rodar com dois motores fiscais simultâneos.
No Modelo Híbrido, o cálculo dos impostos ocorre da seguinte forma:
- ✅ Motor Novo (Configurador de Tributos): Responsável exclusivamente pelos novos tributos da reforma, o IBS e a CBS.
- ⚙️ Motor Legado (TES e Exceções): Responsável por manter o cálculo dos tributos antigos que ainda vigora durante a transição (ICMS, IPI, PIS e COFINS).
Embora essa solução garanta a emissão de notas fiscais em janeiro de 2026, ela cria uma duplicidade de manutenção de regras que não deve ser mantida indefinidamente.
Por Que o Modelo Híbrido Tem Data para Acabar?
Muitos gestores acreditam que poderão manter o Modelo Híbrido durante todo o período de transição da Reforma (até 2033). Contudo, o roadmap tecnológico do Protheus conta uma história diferente.
Existem dois marcos temporais críticos que impõem um “prazo de validade” para essa arquitetura mista:
1. A Virada Tecnológica (Outubro de 2026)
A previsão técnica é que, na Próxima Release do Protheus (estimada para Outubro/2026), o Configurador de Tributos assuma o papel de motor principal e definitivo para todos os cálculos fiscais.
A partir deste ponto, a arquitetura do sistema passará a privilegiar o novo motor. Portanto, manter regras complexas de ICMS baseadas puramente em TES começará a gerar atrito técnico, perda de performance ou incompatibilidade com novas funcionalidades fiscais lançadas pela TOTVS.
2. O Bloqueio da Versão (Junho de 2027)
Este é o prazo final inadiável. A Release Atual (12.1.2510), que suporta esse modelo híbrido de forma nativa, tem sua expiração oficial em Junho de 2027.
Ao final deste ciclo, para atualizar o ERP e manter o compliance legal, sua empresa será obrigada a migrar para uma versão onde o suporte ao legado (TES) pode já estar descontinuado ou depreciado.
O Próximo Passo: Sair do Híbrido para o Definitivo
Diante deste cenário, a estratégia de TI para 2026 deve mudar. O foco deixa de ser “implementar os novos impostos” e passa a ser “migrar o legado”.
Para sair do Modelo Híbrido de Tributos no Protheus com segurança, é necessário iniciar a Fase 2 do Projeto Fiscal:
- Mapear todas as regras de negócio hoje atreladas às TES inteligentes e exceções.
- Traduzir essa lógica para as “Regras de Cálculo” do Configurador de Tributos.
- Homologar os valores comparando o motor antigo com o novo.
Em resumo, o Modelo Híbrido é uma ponte necessária, mas não é o destino. Ficar parado em cima da ponte é perigoso.
Conclusão
A convivência entre TES e Configurador de Tributos foi a solução ideal para a entrada de 2026. Entretanto, insistir nessa arquitetura além do necessário expõe sua empresa a riscos de obsolescência tecnológica a partir de outubro do mesmo ano.
O planejamento para unificar sua inteligência fiscal no novo motor deve começar agora.
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